sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Precisamos falar sobre Kevin


Precisamos falar sobre Kevin.
Putz...por onde começar ? Tem tantos ângulos a serem abordados...to aqui rumindo sem conseguir dormir...
Primeiro a direção deu um show com as câmeras, as pausas, os closes ,tudo acentua a angústia do filme.
Segundo a Tilda está um escândalo na atuação. Seu olhar, seu corpo de quase uma "morta viva ", letárgico é impressionante. Injustiça não ter uma indicação.
Mas o tema é árido na questão da maternidade e se podemos culpar um terceiro pelos nossos atos.
Dizem que ser mãe é um processo natural...ja entrei numa árdua discussão aqui mesmo no facebook.
Acredito , muito, que deveria ter uma exame para ver se algumas pessoas são aptas a isso como é feito para adoção. Mas, como bem disse um amigo, se fosse assim a população estaria em extinção pois sobrariam poucas mães "saudáveis"por ai.
E no filme, a gravidez indesejável, a falta de afetividade entre mãe e filho é latente...tão latente que a única hora de conforto frente ao choro do bebê é quando ela ouve uma britadeira...ou seja, o som da britadeira é melhor que o choro do filho....esta cena dói demais aos olhos.
O vinculo não estabelecido só piora com o tempo, a crescente do não diálogo...é asfixiante e o confronto inevitável...
Mas tem outra coisa também que me abalou e ainda me abala nas relações : a fala desassociada do sentimento , do corpo, causando uma esquizofrenia de sentimentos, de compreensão.
No filme isso fica forte quando na angustia de sua dor, a mãe sorri ao enviar a bola ao filho...ele ri, na dor...pobre menino...pobre decodificação da vida de sentir....
Também mostra uma mulher com problemas de sentir, não apenas com o filho mas sentir, no geral...
E o filho....seria a mãe culpada pelo seus atos ?
Seria simplista demais...ele não vinculo com NADA, absolutamente NADA é desolador.
A perversão que ele tem com as coisas, o sadismo em algumas situações ...ufaaa deixa sem respirar.
Dá para sair do filme sem conclusões, o que é bom pacas mas com várias reflexões :
- Qual papel da mãe nisso tudo ?
- Porque nem com o pai, que era afetuoso ele conseguiu manter vinculo ?
- Ele era esquizofrênico, perverso, ou apenas fruto de desamor ?
Tai...bom filme, boa reflexão...

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