Dizem que a disputa pela atenção dos pais é comum entre irmãos.
Se me perguntassem de quem minha mãe mais gosta, eu diria sem piscar : das três.
A necessidade de ser justa é tão grande para minha mãe, que se ela pudesse, teria uma escala para medir o afeto e amor, ficaria lá checando, a fim de averiguar se deu o correto para cada uma.
Já meu pai, eu diria sem pestanejar:
A Mônica .
A Mônica? Muitos diriam...
Sim a Mônica.
Meu pai amava as três, como todos pais amam seus filhos.
Mas porque a Mônica ?
Porque mesmo com toda crueldade que ela teve com meu pai ao longo da vida e no final com doses escalonadas de perversão...mesmo assim, mesmo assim, ele insistia em tê-la ao seu lado...isso sim é amor, aquele tal incondicional...
Eu ficava enfurecida, queria torcer o pescoço da minha irmã mas mesmo assim...ele estava lá...
Lembro de um parente dizer:
- Ahhh depois do que ela fez, ele ainda irá visitá-la? Poderia ser meu filho, tudo tem limite.
Para ele não tinha...ele a amou, incondicionalmente.
Já comigo, tínhamos afinidade. Eu sou despachada como meu pai,temos um GPS interno,sou destemida e guerreira...era afinidade. Meu pai era mais que um pai, meu pai era meu time dentro do núcleo familiar...era eu + ele e ...elas.
Elas ?
Sim...tudo que era errado era da "turma" do meu pai...o desligado, o desleixado, o desorganizado, o briguento...
Nenhuma delas tinha essas "qualidades"..só eu e meu pai...nós nos uníamos na "desgraça" e ríamos dela.
Já a Raquel era afeto de caçula. Meu pai, cuidava dela.
Não dá para disputar afeto quando cada uma é uma.
Só dá para sentir...
A sua maneira, cada um, meu pai e minha mãe, mostraram sua forma de afeto.
Uns mais claros e declarados outros através de sua maneira, as vezes de difícil leitura, mas afeto.
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