domingo, 26 de fevereiro de 2012

Palácio do Fim


Direção José Wilker com Camila Morgado, Vera Holtz,Antonio Petrin
Sabe aquele tipo de peça que vai numa crescente e quando vc se dá conta, está dentro dela, no epicentro das emoções ?
Fiquei um bom tempo, pós término, estática na cadeira, tentando me recompor para sair...
A estória é sobre perversão, sobre maldade que carregamos, nossas sombras, esta besta fera chamada de humano mas que é um predador nato...
A peça é toda em palavras com pouca ação o que aumenta a tensão...
Refleti sobre pequenas perversões que começam na mais tenra idade, através do bullying, nas de trabalho e a mais palatável de todas : a amorosa.
Lembrei do filme Lua de Fel, da perversão dos amantes da co-dependência...e assim por diante.
Na guerra a perversão toma proporções e contornos inaceitáveis mas e em novo cotidiano ?
Quais são as perversões que recebemos e fazemos ?
Outra questão foi do paradoxo bem vs mal, como no filme Biutuful...
Confesso, a hora que a Vera Hotlz narra a perda do filho, no ventilador, na câmara de tortura de Hussein, eu não conseguia parar de soluçar...
Todo meu corpo ficou dolorido em ver a dor, na fala daquela mulher...e sua crença....e no seu Alá...
A peça foi interessante ao usar o recurso da repetição em cada final de texto, em cada troca de personagem. Eles repetiam 3 vezes a pergunta para dar tempo ao espectador respirar, refletir...
Sair sem pensar da peça é impossível...
Saio pensando como amansar a besta fera dentro de mim...
Aquele velha e boa estória do velho indio para o neto sobre possuírmos o lobo do bem e do mal dentro de nós.
Vence quem vc alimenta!
Sai, pensando qual alimento preciso fertilizar mais...sai em choque da peça!

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