tanto, tanto concreto
e eu abstrato
absorto, discreto
desenho o teu retrato
nas vigas de aço
que te sustentam
e te dão forma:
côncava, convexa
cômica, complexa
assombra-me
a tua sombra
noites insones
domicílio dos sonhos
luzes tenazes
vagalumes vorazes
passam e não se vêem
homens de trapo
imitam a vida
flores de pedra
confusa intriga
casas de gigantes
arranhando o céu
e eu abstrato
absorto, perplexo
de alma vazia
absorvo a poesia
latente no teu
concreto.
Autor : J Nery
Foto : Paulo von Poser.
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