"Sua tese é que na presente busca do sucesso financeiro, ao lado da liberdade material conquistada ao longo da história do ocidente, os indivíduos se isolaram cada vez mais uns dos outros. Essa mesma liberdade econômica, carregada de solidão, tornou-se motivo de medo e angústia, levando as pessoas a desejarem uma fuga psicológica de alienação, por meio de ilusões de “terem” algo ou de “pertencerem” a uma corporação ou grupo que lhes fariam sentir menos sós. Se na antiguidade o perigo era os homens tornarem-se escravos, atualmente tornou-se o de serem alienados psíquicos, autômatos. Pudessem encontrar uma alternativa saudável ao conflito, haveriam de reconhecer a importância do outro nos vínculos de cooperação e solidariedade. Mas, a solidão e a impotência encontraram na indústria moderna artifícios da felicidade de consumo e estímulos para o rápido alívio psicológico da condição humana – que em seu dinamismo tende a procurar soluções de alguma forma, com possibilidades de satisfação, ainda que ao preço da violência, da neurose e servidão voluntária. Explicando o fenômeno do nazifacismo, que bem conheceu, esclarece que a ânsia de poder não é originada da força, mas da fraqueza.
Erich Fromm
Publicado em 1941
Publicado em 1941
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