terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Carta de Fernando Sabino a Clarice Lispector


" São vidas, numa carta para mim. São vidas.
Sendo vidas, nada mais nos resta fazer senão irmos vivendo. Atravessei um período duro, Clarice. Também precisei muito de uma palavra amiga, e ,afinal, o meu livro está ali, num canto, esperando resolução. Já nem sei mais nada, e às vezes, tinha vontade de ir mais devagar. Viver devagar é que é bom, e entreviver-se, amando, desejando, sofrendo, avançando e recuando, tirando das coisas ao redor uma íntima compensação, recriando em si mesmo a reserva dos outros e vivendo em uníssono. Isso é que é viver, e viver afinal é questão de paciência."

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