sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Campo de visão


Lembro de uma conversa que tive uma vez com a minha tia sobre porque eu não tinha vontade de conversar com minhas amigas em Tupã:
- Tia, é sempre a mesma coisa. O repertório não muda...é sempre assim :ahhh to cansada do meu marido,ele joga bola e me larga, ahh minha filha está dando trabalho, ahhh porque você não se casou com o fulano, teria sido tãaaaaaaaaaao feliz!
Quando digo que amo viajar,silêncio e festa, minha companhia e amigos, meus livros e rodadas de shopping, que sou plural, que minha vida é outra fica um silêncio constrangedor como se eu não tivesse entendido nada e estivesse perdendo o melhor da festa. Me aborreço e canso...
Dai parei...
Como podem achar que eu seria feliz ai ? Da forma delas ? Com aquelas escolhas ?
Fala sério...eu não entendo...eu respeito a escolha delas mas elas não respeitam a minha...acho um saco isso como se a vida só houvesse uma escolha para ser feliz.
Minha sábia tia me disse :
- Betina , você viu o mundo com uma amplitude que elas não viram.Como pode querer que te entendam ? Claro que vc consegue entende-las mas elas não conseguem alcançar o que você fala...
Foi libertadora essa conversa..
Toda vez que converso com alguém, seja qualquer o tema e não existe eco simplesmente por repertório diferente de vida, lembro da minha tia e lembro do Everest...
Como posso achar que alguém que está na base consiga ter a mesma visão de quem está no topo ?
Não, não dá...e isso fez e faz com que ele olhe com mais condescendência essas pessoas e não me aborreça mais...


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